03/04/2009

G20 e os "ANTIGLOBALIZAÇÃO"




Não é de agora que o movimento dito, antiglobalização* ganha as manchetes mundiais. Primeiramente em Seatle, depois Gênova, Porto Alegre (...) e agora Londres. Aos poucos tais concentrações, que não se restringem a manifestações em frente a cúpulas de Estado, ganharam força e visibilidade internacional.

A imprensa - dado o volume e magnitude destas mobilizações - não tem mais como ignorá-las. Vem prestando mais atenção nestes barulhentos ativistas e de uma maneira, digamos, positiva, tem dado uma maior importância, sem mais basicamente denominá-los "baderneiros" ou dotando-os de outros adjetivos pejorativos.

Porquê? Porque acima de tudo, eles representam a opinião pública mundial.

Em sua maioria, espalharam pelas ruas de Londres, extremamente blindadas por um inédito esquema de segurança, passeatas pacíficas. Mas dado o número de participantes, pluralidade ideológica e aos ânimos exaltados de alguns, inevitavelmente teve seus momentos de enfrentamento, violência e depredações. Como qualquer outra manifestação popular, em qualquer lugar do planeta.

Por trás de toda agitação, trazem consigo uma diversidade de reclames e propostas, mostrando ao mundo, e aproveitando-se destes momentos de aglutinação midiática - causada pelo encontro dos principais líderes mundiais, para explicitarem suas insatisfações, que inevitavelmente tendem a ser acentuadas em momentos de crise.

Crise essa que se manifesta em escala global, como a da década de 30, e que mais uma vez mostra ao mundo que a forma com a qual os grandes países (leia-se ricos, desenvolvidos) e os grandes bancos (cujos grandes diretores, os famigerados banqueiros, acumularam cifras incalculáveis nos últimos anos) conduzem a economia e todo o sistema financeiro internacional em pról de seus lucros e acumulação pessoais e corporativistas, não refletindo os anseios e necessidades da maior parte da população do planeta.

O encontro do G20, teve direito a banquete feito pelo chef pop-star Jamie Oliver, famoso por descomplicar a culinária, exatamente o que queriam os organizadores do evento: ingredientes simples para desenrolar este complexo emaranhando gerado pela crise.

Prometeram boas idéias e soluções para salvar o mundo do colapso financeiro gerado pela economia norte-americana, que acostumada ao excesso de consumo, comprou... comprou
... comprou... e na hora em que a conta chegou... quebrou... quebrou!

Incontestávelmente os Estados Unidos são os grandes responsáveis por este enorme abacaxi, e graças ao carismático e boa praça presidente Obama, a coisa não ficou muito pior. Sua capacidade de negociar, de assumir as falhas e propor novas alternativas, parece dar um fôlego a mais a todos os grandes chefes.

Em momento histórico e numa tentativa e de reerguer o FMI, os países membros do G20, dentre eles o Brasil / ponto para a política externa do Governo Lula, prometeram apertar o cerco aos paraísos fiscais e injetar 1 trilhão no Fundo Monetário Internacional, no intuito de ajudar países pobres a sair da crise...Veremos nas cenas dos próximos capítulos se o projeto vai vingar...

Os elogios de Obama à Lula, por mais legais que possam parecer, denotam o que pode vir por aí, um apoio a mais e uma aproximação com o Brasil em um momento em que parte da América Latina esta promovendo uma ruptura com as diretrizes do capital, e tentando um reformulação política, nos moldes da Revolução Bolivariana, proposta por Chavez. Neste contexto, o Brasil se configuraria como o grande líder latino-americano e de certa forma, contrabalanciaria esta tendência "revolucionária" que tanto assusta aos estadunidenses.

Fica a questão:
O Lula é o Cara, ou não é?!!!

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* O termo "antiglobalização" parece-me um tanto quanto controverso, mas, foi denominado assim por designar os que
se opõem aos aspectos capitalistas-liberais da globalização. Não que sejam contrários a uma globalização, mas não nos ditames específicos do Capital. E sim econômicos - no que tange uma melhor distribuição das riquezas, mas também cultural - miscigenação dos povos e culturas, ecológico - no sentido de todos trabalharem juntos para salvar o planeta das mazelas geradas por este sistema produtivo destruidor; procurando globalizar valores que venham a ajudar a nos tornarmos seres humanos mais humanos e menos mercadológicos.
...é... "O capitalismo não esta funcionando" ....

Por Grazi

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