01/07/2011

Tudo que é sólido se desmancha no ar


É fantástico como os filósofos se apropriam de metáforas criando imagens usando esse recurso da literatura para servir a filosofia, e nos levando a filosofar. Quando Marx disse que: “Tudo que é sólido se desmancha no ar” provavelmente instigou a quietude daqueles que acreditavam nas coisas permanentes, estáticas e aparentemente sólidas. 


Essa frase do Manifesto Comunista (1848), foi cantada aos quatro ventos em todos os continentes. Cunhada pela genialidade literária de Marx para caracterizar a modernidade, mostrando como que os então denominados “os burgueses” haviam mudado a face do mundo, e que aquele mundo em que ele pisava já era o produto da poeira do que havia sido considerado sólido. Os próprios “burgueses” não haviam se dado conta de que haviam movido o mundo de um modo perigosamente irreversível, e que as revoluções que apoiaram, com fé ou a contragosto, poderiam não parar mais. E isso valia, na mente de Marx, para o sólido literal e o sólido metafórico. Idéias sólidas teriam tanta precariedade quanto às coisas materiais sólidas. 

Se remetermos aos dias de hoje podemos constatar a poeira daquilo que já tinha sido sólido como: os relacionamentos, o papel da família, os valores, as questões ambientais, a função da escola, o Estado, da política, da religião e tantas outras idéias, e instituições estão se desmanchando no ar como uma bolha de sabão ou como uma flor do campo.

Marx tinha razão....


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