Hoje "comemora-se" os
121 anos da Abolição
da Escravatura em terras brasileiras.
121 anos da Abolição
da Escravatura em terras brasileiras.
A Lei Áurea assinada pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888 marcou a história recente de nossa sociedade e podemos afirmar que aconteceu "ontem." Porque 121 anos são muito poucos se comparados aos 362 anos (1526/1888) em que reinou em nossa pátria amada a escravidão, o comércio, o tráfico e toda espécie de violência (física, psicológica, sexual) dos negros africanos.
Da instauração do tráfico negreiro, até a abolição "definitiva" da escravatura foram escritas as mais tristes páginas de nossa história, largamente preenchidas de sangue, injustiça e hipocrisia.
Estatísticas:
Os grandes proprietários rurais (de terras e de escravos), os empresários e os políticos daquele tempo souberam sugar de todas as formas, o suor e a vida dos trabalhadores africanos e de seus descendentes, em nome dos mais "nobres" desejos de acumulação e expansão do capital, deixando uma incomensurável cicatriz, que permanece aberta e larga no seio da sociedade brasileira.
As lavouras de cana de açúcar, café, tabaco e algodão, não só do Brasil, mas também do Caribe, foram as responsáveis por uma verdadeira sangria na África:
A libertação somente foi assinada em 1888, não por um ato de louvável bondade da princesa, e sim, por pressões externas (leia-se inglesas) e internas, que estavam tornando o modo de produção escravista brasileiro, uma pedra no sapato do Império Português. Internamente, a insatisfação com a medida, por parte dos proprietários rurais foram as maiores possíveis, mas por outro lado, satisfez a parcela da sociedade que há anos lutava por ela, e da qual participaram políticos e poetas, escravos, libertos, estudantes, jornalistas, advogados, intelectuais, empregados públicos e operários. Efetivamente a escravidão só foi abolida uns 30 anos depois da assinatura da lei.
Ainda hoje temos os resquícios destes três séculos de servidão forçada muito presentes em nosso cotidiano, e as questões que estão relacionados a este período permanecem carentes de vinculação direta e acima de tudo de responsabilidade:
Para ler:
CASA GRANDE E SENZALA, escrito em 1933 obra máxima e clássico da nossa literatura, escrita por Gilberto Freire.
Da instauração do tráfico negreiro, até a abolição "definitiva" da escravatura foram escritas as mais tristes páginas de nossa história, largamente preenchidas de sangue, injustiça e hipocrisia.
Estatísticas:
- Calcula-se que para as Américas foram trazidos em torno de 12 a 13 milhões de africanos.
- Para as lavouras brasileiras, estima-se algo em torno de 3 a 4 milhões.
- 40% morriam no caminho, devido a efermidades e as péssimas condições de higiene e acomodação (acumulação) dos porões dos navios negreiros, sendo "dispensados" nas águas do Atlântico.
- Cerca de 5 a 10% dos escravos morriam no primeiro ano após a chegada devido as jornadas exaustivas e aos maus tratos sofridos.
Os grandes proprietários rurais (de terras e de escravos), os empresários e os políticos daquele tempo souberam sugar de todas as formas, o suor e a vida dos trabalhadores africanos e de seus descendentes, em nome dos mais "nobres" desejos de acumulação e expansão do capital, deixando uma incomensurável cicatriz, que permanece aberta e larga no seio da sociedade brasileira.
As lavouras de cana de açúcar, café, tabaco e algodão, não só do Brasil, mas também do Caribe, foram as responsáveis por uma verdadeira sangria na África:
- alimentando guerras internas
- abalando as estruturas organizacionais tradicionais
- destruindo reinos, tribos e clãs
- além da matança indicriminada de milhares de seus habitantes
- mas principalmente "atropelando" e desestabilizando o processo de desenvolvimento civilizatório do contintente que até hoje não conseguiu recuperar o ritmo e encontrar a sua vocação.
A libertação somente foi assinada em 1888, não por um ato de louvável bondade da princesa, e sim, por pressões externas (leia-se inglesas) e internas, que estavam tornando o modo de produção escravista brasileiro, uma pedra no sapato do Império Português. Internamente, a insatisfação com a medida, por parte dos proprietários rurais foram as maiores possíveis, mas por outro lado, satisfez a parcela da sociedade que há anos lutava por ela, e da qual participaram políticos e poetas, escravos, libertos, estudantes, jornalistas, advogados, intelectuais, empregados públicos e operários. Efetivamente a escravidão só foi abolida uns 30 anos depois da assinatura da lei.
Ainda hoje temos os resquícios destes três séculos de servidão forçada muito presentes em nosso cotidiano, e as questões que estão relacionados a este período permanecem carentes de vinculação direta e acima de tudo de responsabilidade:
- Seja na existência de trabalhadores escravos nos interiores do Brasil, que sustentam donos de terra, que assassinam agentes do Incra, missionários e defensores de indígenas e representantes de comunidades locais
- no Turismo Sexual
- na "dependência de empregada", presente em grande parte dos domícilios de média e alta renda, que nada mais representam do que "trazer a senzala pra dentro de casa"
- na discussão das cotas para afrodescendentes nas faculdades brasileiras
- no cercamento das favelas...
- Alguém duvida da dívida histórica que o mundo tem com África???
- E nós brasileiros, realmente abolimos a escravatura?
- Como agimos com relação as propostas de "reparação" aos afrodescendentes?
Graziele Saraiva
Para ler:
CASA GRANDE E SENZALA, escrito em 1933 obra máxima e clássico da nossa literatura, escrita por Gilberto Freire.
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