06/01/2009

Condenado o algoz de Ruanda


O Genocídio de Ruanda, há pouquissímos anos atrás, praticamente ontem, foi iniciado devido ao confronto entre duas das principais etnias do país, os tutsis e os hutus.

Para os ruandeses: "O Mundo é o culpado pelo Massacre", ao permití-lo em 1994, e sem fazer a menor questão de recordá-lo quando das manifestações pelos seus 10 anos. E estão cobertos de razão, a maioria dos ocidentais mal sabe de sua ocorrência.

A ferida aberta no seio desta sociedade não cicatrizará tão cedo, para nao dizer - nunca, mas o fato de seus principais mentores serem julgados e condenados, é uma grande vitória para o país que vive hoje assolado pela miséria, epidemias e constante agitação político-étnica.

No fim de dezembro, o ex-coronel do Exército ruandês, Théoneste Bagosora, foi condenado à prisão perpétua pelo Tribunal Penal Internacional das Nações Unidas para Ruanda. Ele foi considerado o mentor do genocídio que, em 1994, vitimou mais de 800 mil ruandeses da minoria tutsi, bem como aqueles da etnia hutu que não concordavam com o massacre. A matança de Ruanda é considerada o segundo pior genocídio do século XX, atrás apenas do Holocausto.

Instalado na Tanzânia, o tribunal foi constituído pela ONU em 2002 e, desde então, já decidiu por três dezenas de condenações e cinco absolvições. No julgamento, além de Bagosora, os ex-comandantes militares Anatole Nsegiyumva e Alloys Ntabakuze também foram condenados à prisão perpétua. Os três foram considerados culpados por liderar o comitê que planejou e coordenou a matança. Cometeram crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Bagosora, segundo a Promotoria, fundou a milícia Interahamwe, formada por extremistas hutus, que executou a maior parte dos assassínios.

O genocídio começou poucas horas após o atentado contra o então presidente hutu Juvenal Habyarimana, morto depois que o avião em que viajava foi derrubado. Muitos hutus consideraram os tutsis culpados pela morte de Habyarimana. Bagosora assumiu a chefia política e militar no país e organizou a matança, que duraria cerca de cem dias. Coordenou, entre outras ações, a distribuição das armas e facões usados no genocídio. O ex-coronel tem 67 anos e estava preso desde 1996, quando foi capturado em Camarões.
Graziele Saraiva

Para mais:
Assita:
Hotel Ruanda, um filme de 2004. Direção de Terry George.
Leia:
http://www.pime.org.br/mundoemissao/atualidadesafricamemorias.htm
http://www.adventistas.com/abril2004/clipping_ruanda.htm

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