02/10/2009

OS 60 ANOS DA REVOLUÇÃO CHINESA

A China de 2009 é o país mais populoso do mundo e se projeta como um dos mais poderosos economicamente - ameaçando a hegemonia estadunidense, praticamente inconteste desde fins da IIª Grande Guerra Mundial, e consolidada ideológicamente após a Guerra Fria, com o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

O irônico disso tudo, é que o gigante chinês é vermelho, é comunista. E com todas as peculiaridades de sua organização política, conseguiu adaptar-se ao sistema capitalista, introduzindo seus preceitos a partir da abertura econômica dos anos 70, abrindo portas aos investimentos estrangeiros e aos poucos adaptando-o à essência chinesa de mercado. Fórmula tão bem estruturada que hoje, passados apenas 30 anos desta abertura, já representam a principal peça do tabuleiro do poder.

Muito se tem a aprender com a China, lá tudo é milenar, levam-se décadas, séculos para se construir as coisas, tudo é muito bem fundamentado, pensado, refletido, bem diferente dessa nossa precipitada pressa ocidental de querer ver tudo pronto e resolvido pra ontem. Mantiveram com afinco suas tradições e com incrível capacidade de adaptação ao mundo moderno. Não que tudo seja bom, longe disso, como todo sistema político/econômico tem seus prós e contras.

No caso chinês, a própria Revolução Cultural disseminada por Mao Tsé-Tung, teve o seu lado negro, com perseguições, fome, mortes, repressão... mas teve outro lado, o lado que propiciou as condições para que àquela China pobre e rural, trilhasse o caminho que a levou a ser a super-potência que é hoje. Esse caminho passou pela coletivização das terras, nacionalização das empresas estrangeiras, com a economia sob tutela do Estado e principalmente, por um processo de educação popular, daí o nome Revolução Cultural, estendendo a alfabetização e a ideologia revolucionária de base marxista-leninista à massa de camponeses de seu vasto território.
Educar para revolucionar, conscientizar para crescer. Afinal, um povo inculto é facilmente manipulado, e isso nós brasileiros entendemos bem.
Por tornar-se leitura obrigatória a todos os chineses, das escolas ao mercado de trabalho, o Livro Vermelho de Mao, é o segundo livro mais vendido da História, ficando atrás somente da Bíblia Sagrada, e em um país onde tudo é "mais" não podia ser diferente. Nele estão citações dos comandante, dividido em 33 capítulos, como: Partido Comunista, Luta de Classes, Guerra e Paz, Imperialismo, Ousar Lutar e Ousar Ganhar, dentre outros.

A ênfase dada à formação intelectual do seu povo foi louvável, assim como a relevância ao conhecimento da História como forma de libertação e fornecedora de subsídios ao entendimento das questões contemporâneas. De uma China dominada por senhores feudais e que passou pela dominação inglesa e japonesa, este tipo de conhecimento, foi essencial a sua transformação enquanto nação.

Mas a postura expansiva, típica dos imperialistas e a centralização política, típica das ditaduras, reprime as manifestações populares, a liberdade de expressão, e hoje vigia a internet e mantém em rédeas curtas o Tibet, e a própria Taiwan.

E como o mundo assistiu durante o Massacre da Paz Celestial, no coração de Pequim, em 1989, quando o movimento estudantil, insatisfeito com o regime, manifestou-se e foi duramente repreendido, com cenas de enfrentamento que marcaram nossas mentes até hoje, e que fontes não oficiais, estimam a morte de cerca de 7 mil pessoas naquele junho.
E é nessa mesma praça, que ontem desfilaram os militares e partidários do PCC.



Imagens que refletem a Simetria e o Patriotismo chinês neste 01/10/2009,
data alusiva aos 60 anos da Revolução
de Mao.
... impressionantes ...






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