02/02/2008

CaRiOqUiCeS (xis)


Impossível negar: Aqui as coisas são diferentes!
É perceptível, é fato!

No Rio, as coisas são menos sérias! As roupas são mais leves, as relações interpessoais são mais leves, as comidas são mais leves, talvez seja por isso que se beba tanto choppe?!.... afinal, choppe é mais leve que cerveja; E no fim quase tudo termina em brincadeira...

Reina a informalidade absoluta....

Pra tudo dá-se um jeito, e por falar em jeito, o internacionalmente conhecido jeitinho brasileiro* deve ter nascido ali na Praça General Osório!

Ao mesmo tempo, as coisas são mais intensas...

Se vc dorme um pouco mais que a cama, já desperta com a sensação de que esta perdendo algo, seja a praia, seja a feira, seja o trabalho... Parece um eterno carnaval, se tem a impressão que tá sempre todo mundo de férias, virou até jargão "carioca não trabalha", quase que nem bahiano (brincadeira)....Tá sempre rolando um agito aqui, uma batucada por aí, amigos tomando uma ceva bem ali... ficar parado aqui que não dá.

Essa inqueitude permanente provavelmente se deva ao cenário, e que cenário!

Natureza, Cachoeiras, Praia, Lagoa..... tanto que até se esquece de decorar o calendário dos feriados e feriadões do ano. Porque a gente quando tá longe disso tudo, tem na ponta da língua quando vamos ter o próximo feriado prolongável. Aqui não, dá para dar uma escapadela de vez em quando só pra refrescar, corpo e mente, claro!

Lógico, tem a violência gritando lá em cima e o bicho pegando aqui em baixo, a desigualdade é latente e explícita como em toda cidade grande e subdesenvolvida por natureza. Mas na hora de ir a praia, não é possível segregar, embora alguns ainda insistam nisso... o marzão tá ali, e nele não tem como se colocar pulseirinha de área vip, mistura tudo, preto com branco, rico com pobre, perua com tatuado, bombado com patricinha.... e é esta mistureba que faz do Rio uma cidade ímpar, alegre e cheia de novidades.

Carioquices sempre presentes, refletindo o jeitinho malandro de se levar a vida.

Seja a onibus que pará do nada, atrapalhando o transito só pra perguntar: -Tá indo pra onde? Copacabana! Bóra aí que eu te levo! De graça com direito a descida na esquina de casa e cantoria animada do motorista.
Seja o guardador de carro, que ficou com a chave do mané que tá trancando a rua em fila dupla, pq foi dar um mergulho ali rapidinho, - Só que você terá que manobrar porque eu não dirijo! Ai tu entra no carro do cidadão, que você nunca viu, e que além de deixar a chave com o guardador, que ele também provavelmente nunca tenha visto, deixa uma mochila no banco do carona. Mas não dá nada, rola uma confiança, entende?!
O cartão de crédito não passou: - Não tem problema, leva o presente, e amanhã a gente acerta! Até o capitalismo acaba tendo suas variações.
Os porteiros acabam sabendo mais da nossa vida, do que as nossas mães... pq eles estão sempre ali parados e observantes, sabem tudo de todo mundo, mesmo quando a gente tenta se resguardar...
O Rio é bem legal :)


* Jeitinho é uma forma de navegação social tipicamente brasileira, onde o indivíduo utiliza-se de recursos emocionais – apelo e chantagem emocional, laços emocionais e familiares, etc. – para obter favores para si ou para outrem. No entanto, não deve ser confundido com suborno ou corrupção, é só um jeitinho, é a famosa malandragem... entende?!!
Graziele Saraiva

Um comentário:

  1. adorei!!!!!!!! por estes motivos é que acho o Rio a minha cara, meu maior medo é ir e não querer voltar mais......sandrinha

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