26/05/2009

MUDOU A IMPRENSA, NÓS MUDAMOS



A matéria abaixo foi publicada pela Carta Capital e vai de encontro a uma realidade cada vez mais presente e expressiva, as mídias alternativas e não impressas ganham espaço e ameaçam a estabilidade econômica dos grandes impérios da informação mundial.

O "The Huffington Post" que o diga, em pouco tempo e com aparente baixo investimento de manutenção e divulgação, tornou-se um fênomeno de notícias da internet. Assim, os grandes veículos profissionais perdem espaço para blogs e sites que incentivam a cultura do amador.
Palmas a todos nós!!!



The New York Times
O jornal de maior prestígio perde com a internet e acumula dívida que os anúncios on-line não conseguem sanar

Em 2007, seguro de seu papel como um dos mais importantes jornais americanos, o The New York Times apresentava ao mundo uma nova sede de 57 andares em Manhattan. Apenas dois anos depois, a família Sulzberger, proprietária do veículo, vendia 8% das ações da empresa ao magnata mexicano Carlos Slim. Aquela era a maneira encontrada para aplacar a ansiedade dos credores que cobravam do Times uma dívida de 400 milhões de dólares. Mudava o jornal ou mudava seu leitor? Credita-se a perda de espaço do Times ao advento da internet, que opera com uma velocidade incomparável à transmissão de notícias. A rede, entre outras coisas, transformou os blogs em centros noticiosos, a ressaltar que uma nova cultura, aquela do amador, chegava com o objetivo de ficar. O Times discute se sobreviverá apenas vendendo anúncios on-line em seu site. O Google propõe o “uso justo” das notícias do jornal na sua página Google News, mas os Sulzberger querem mais vantagens na divulgação de seus conteúdos. Ou, valendo-se deles, ainda sobreviver com independência.

The Economist
A revista inglesa não esconde suas posições e informa sem medo de exercer o bom humor e a profundidade

A revista inglesa é a mais respeitada publicação semanal em todo o mundo, por conta de uma característica que a distingue do resto, atualmente mergulhado em grande crise. O semanário informa e qualifica sem temer exercer a profundidade, a contrariedade ao senso comum e a independência. Mas não esconde seu veio liberal. A The Economist só pôde crescer nesses anos de turbulência porque apostou em seus profissionais e, mais do que isso, em sua coesão intelectual e talento para transmitir a informação pela escrita. É uma revista em moldes antigos, mas a face está renovada. Quem a lê espera a visão clara, a abordagem surpreendente, a ironia em “uso justo”. Talento vende desde pelo menos 1843, quando a Economist foi criada em Londres por representantes da indústria têxtil de Manchester. Capitaneados pelo fabricante escocês de chapéus James Wilson, a revista pregava, como ainda prega, “a defesa do livre comércio, do internacionalismo e da mínima interferência do governo, especialmente nos negócios de mercado”.

Arianna Huffington
A empresária nascida na Grécia fez de seu blog um centro de notícias identificado com a esquerda e com os tempos novos

Nascida Ariánna Stassinópolos, em 1950, em Atenas, Arianna Huffington é a colunista, autora e escritora de séries de televisão responsável por lançar o mais bem-sucedido projeto de informação identificado com a era da internet. O The Huffington Post prova o poder da confecção particular de notícias sobre o mundo tradicional dos jornais impressos. A revista americana PC World tem Arianna, estabelecida nos Estados Unidos a partir de 1980, como um dos 50 visionários da história da tecnologia. Seu blog centra-se no noticiário político e orienta o pensamento americano à esquerda, que para ele contribui por meio de textos assinados, como os do ex-candidato democrata à Casa Branca John Kerry. A empresária amealhou fortuna após separar-se de seu marido americano, Michael Huffington, em 1997. À época do casamento, esta que hoje se diz progressista era orientada pelo pensamento conservador. Ela é autora de biografias da cantora Maria Callas e do pintor Pablo Picasso.

Carlos Slim
O Midas mexicano tem 8% do New York Times e é a segunda fortuna mundial, ampliada no mercado de telefones

Ele transforma empreendimentos decadentes em companhias lucrativas, e por essa razão senta-se em um trono à moda de Rupert Murdoch, como invejável Midas. De origem libanesa, o mexicano Carlos Slim é a segunda fortuna mundial, atrás apenas daquela amealhada pelo americano Warren Buffett. Segundo a Forbes, sua fortuna provoca polêmica no México, onde a renda per capita é de 6,8 mil dólares por ano e ele controla 90% do mercado de telefones. Slim, que tem 8% das ações do jornal The New York Times, comanda companhias de telecomunicações na Guatemala, em Porto Rico, no Peru, no Equador, em El Salvador, na Nicarágua, na Argentina, no Chile e na Colômbia. No Brasil, comprou a participação da Globopar na rede de tevê a cabo Net, com 2,5 milhões de clientes. Associou-se ao empresário americano Bill Gates, dono da Microsoft, para criar um portal na internet destinado aos americanos de origem hispânica. Mantém próximas relações com José Dirceu, que o apresentou a Lula.

Al-Jazira
A rede árabe ousa ao transmitir, diretamente do Oriente Médio, as notícias que o Ocidente pena em reportar

Os atentados de 2001 a tornaram conhecida mundialmente. A Al-Jazira era o Oriente para que o Ocidente pudesse descobri-lo. Fora criada cinco anos antes, com uma verba inicial de 150 milhões de dólares oferecida pelo emir do Catar, nos moldes do canal americano de televisão CNN. A Al-Jazira descreve-se em sua programação como “a única rede internacional de mídia eletrônica com presença local”. Transmite notícias em um ambiente no qual elas pululam, e ao qual os jornalistas ocidentais dificilmente têm acesso. Embora seu serviço em inglês possa ser visto em mais de cem países, via cabo e satélite, a rede só é retransmitida nos Estados Unidos por operadoras de cabo em Vermont, Ohio e Washington. Como a Al-Jazira deseja ampliar sua atuação no país, aceita liberar sem cobrança todo o material de sua autoria sobre a guerra de Gaza, desde que receba o devido crédito. A rede também oferece versões pela web de seus programas em diversos formatos e tem um canal exclusivo no YouTube com mais de 6,8 mil vídeos.


Links:
CARTA CAPITAL
http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=9&i=4168
THE HUFFINGTON POST
http://www.huffingtonpost.com/
AL JAZEERA
http://english.aljazeera.net/
THE NEW YORK TIMES
http://www.nytimes.com/
THE ECONOMIST
http://www.economist.com/

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