06/11/2008

O que se espera de OBAMA?

O pleito histórico, que mobilizou quase que 70% dos eleitores americanos, demonstrou acima de tudo, a grande sede de mudança na forma com a qual vinha sendo conduzida a política doméstica e internacional dos EUA. Dado seu status de potência hegemônica (embora já contestada), suas questões internas são rapidamente externalizadas, refletindo em todas esferas, sobretudo na econômica, e nos últimos anos abalaram de forma significativa toda a sociedade global.

Primeiramente a grande ofensiva contra o terror que mobilizou a todos numa busca cega de culpados, enfatizada pela personificação do mal, vinculada diretamente à imagem do mundo árabe. Abstendo a sociedade da necessária reflexão acerca das causas que levaram aos atentados de 11 de setembro, que acima de tudo, representaram a grande insatisfação internacional com relação às práticas e diretrizes neoliberais adotadas pela Casa Branca.

A atual crise econômica mundial levou os Estados Unidos a recorrer aos principais parceiros comerciais, sobretudo à União Européia, como uma forma de socorro estrangeiro. Isto demonstrou que o Império Americano, como muitos estudiosos já sinalizavam esta em aparente declínio.

O próprio capitalismo é feito de circulares crises de sustentação, ora quebram-se as bolsas, ora se retoma o potencial produtivo, alavancando novamente a economia. Embora tenha se mantido, pode se dizer “numa constante” de fins da Guerra Fria até hoje, ele estava para os detentores do capital, muito bem, afinal, acima de tudo é um sistema produtivo que visa o lucro e a acumulação, mas para a população em geral, especificamente terceiro-mundista, vai muito mal obrigado. A necessidade de cambio nas políticas econômicas mostra que o atual modelo já não mais suporta a atual complexidade conjuntural e está sedento por uma reformulação.

A eleição de Barack Obama demonstra que os americanos estão dispostos a “fazer as pazes com o mundo”, este parece ser o primeiro passo no caminho da construção de uma nova diplomacia internacional. O fato de ter se tornado a nação mais rechaçada do planeta, parece ter preocupado a sociedade civil, que através da análise critica da postura adotada pelos dois mandatos isolacionistas do Republicano George Bush, optou pelo fim da hegemonia conservadora, que durou praticamente 40 anos.

O tão almejado diálogo entre os povos talvez esteja mais próximo de ser posto em prática. Mas deve-se ter muito cuidado, a exaltação da mídia internacional esta o colocando como “Salvador do Mundo”, e isto não acontecerá, nem com Obama, nem com nenhum outro. Nossos problemas, digo os do mundo, são muito maiores, com raízes históricas fortes e que não serão resolvidos a passe de mágica.

A China, o Oriente Médio, a Europa, a América Latina e a “Bolivariana” necessitam dialogar. A África pede socorro há centenas de anos, e permanece sem ser escutada, sendo escancaradamente ignorada. Os políticos israelenses devem ter perdido o sono, na dúvida se continuaram a receber a “mesada” vinda de Washington. Acordos, concessões, relações comerciais equilibradas, deveriam fazer parte do processo democrático, tão defendido na teoria pelos atuais políticos estadunidenses, mas que na prática pouco contribuem para tal.

Dada euforia do momento, jornais europeus publicam o início de um “Novo Mundo”, creio que não seja para tanto, pois expectativas de tal envergadura tendem a gerar frustrações ainda maiores. Depositar em uma pessoa, a missão de mudar o mundo é deveras preocupante, mesmo sendo ele o primeiro presidente negro e muçulmano eleito nos EUA, país cujas feridas abertas pelos séculos de racismo ainda não cicatrizaram. Foi eleito pelo tom conciliador de seus discursos, porque soube capitalizar o momento, aproveitando-se da crise e impopularidade de Bush, representa a esperança em um futuro melhor, um futuro que se desenha jovem, multirracial, multicultural e se sonha socialmente globalizado.

Mas afinal, o que se espera de Obama?
Primeiramente um pacote econômico que venha a salvar a economia americana, esta é a prioridade um. Dois, retirada das tropas do Iraque. Uma nova política ambiental, responsabilizando-se pelas suas emissões. O fim do embargo a Cuba, o fim das atividades em Guantánamo. Diálogo, fim dos subsídios, energias renováveis, aquecimento global, armas nucleares, Irã, Síria, Paquistão, e a Palestina? e mais uma lista interminável de expectativas, não só americanas, e sim mundiais. Mas sobretudo se espera uma reavaliação das prioridades, prioridades que não sejam as militares.

Graziele Saraiva


Abajo la lista de las 10 promesas de campaña de Obama en lo que concierne al mundo.
  • Reducir las emisiones de gases efecto invernadero de EE.UU. en un 80% para 2050 y jugar un rol preponderante en la negociación de un acuerdo global que reemplace al Protocolo de Kyoto cuando este expire.
  • Retirar todas las tropas de Irak en 16 meses y no dejar bases militares permanentes en el país.- Establecer un objetivo claro de eliminación de todas las armas nucleares del planeta.- Cerrar la prisión de Bahía de Guantánamo.
  • Duplicar la ayuda de los EE.UU. para erradicar la pobreza extrema para el 2015 e incrementar los fondos en la lucha contra el VIH/SIDA, tuberculosis y malaria.
  • Abrir un canal diplomático con países como Irán y Siria en pos de la resolución pacífica de tensiones.
  • Despolitizar la inteligencia militar para evitar repetir la manipulación que llevó a la invasión de los EE.UU. a Irak.
  • Lanzar un contundente esfuerzo diplomático para detener las muertes en Darfur.
  • Sólo negociar nuevos tratados de comercio que contengan pautas de protección laboral y ambiental.
  • Invertir 150.000 millones de U$D en los próximos 10 años para apoyar el desarrollo de energías renovables y tener para 2015 un millón de autos eléctricos en circulación.

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